Os Batistas - doutrinas e história no mundo e no Brasil

Doutrinas Batista

Nossas Crenças

 

O povo batista tem suas convicções baseadas na Bíblia; a Palavra de Deus, é nela que ele encontra a sua fé, seu sistema de doutrinas.

A Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira é o resumo de nossas crenças.

Nossa crença fundamental é em Deus e na sua revelação através da pessoa de Jesus Cristo, em quem cremos como nosso Salvador.

Vale a pena conhecer as bases da nossa fé.

 

Doutrina é irrelevante?

 

O Jornal Batista é um órgão confessional, isto é, ele pertence a uma organização religiosa denominada Convenção Batista Brasileira, que está estruturada a partir de uma confissão de fé e é orientada por uma declaração doutrinária, a partir da qual desenvolve todo o seu trabalho e busca cumprir a sua missão: "Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas para o cumprimento de sua missão como comunidade local".

A Confissão de Fé de New Hampshire adotada originalmente como a Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil em 1916, foi substituída em 1986, pela Declaração Doutrinária aprovada na 15ª sessão da 67ª Assembléia da CBB, realizada no dia 22 de janeiro de 1986, Campo Grande-MS, em redação final e adotada pela Convenção Batista Brasileira, naquela data.

A palavra chave da estrutura de uma confissão ou declaração de fé, é Doutrina que segundo os dicionários significa: "conjunto de princípios básicos em que se fundamenta um sistema religioso, filosófico ou político; rudimento da fé cristã". Doutrinar "é instruir em uma doutrina, ensinar, pregar".

Na aula inaugural de 1986 do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil- STBSB- Rio de Janeiro, publicada na Revista Teológica, nº3 de Junho de 1986, o Dr. John Landeres abordou o tema Confissões de Fé dos Batistas. Na referida aula ele começa fazendo um resumo da história do desenvolvimento dos credos antigos desde o segundo século da era cristã, até chegar à Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira. Em duas oportunidades, o autor, já caminhando para concluir, declarou: " Vamos concluir a aula com algumas reflexões sobre a natureza das confissões de fé. Os credos são chamados de regras de fé. Nós insistimos que a Bíblia é a nossa única regra de fé e ordem. Uma confissão de fé é uma declaração de consenso que existe dentro de determinado grupo sobre questões de fé e ordem. O consenso torna possível nossa compreensão do trabalho denominacional". Mais adiante: " "Ouvimos falar que o cristianismo é uma maneira de viver, não uma doutrina. Mas a verdade é que nosso comportamento procede de nossas convicções. Damos graças a Deus por nossas doutrinas. Agora vamos viver a doutrina que cremos. Que Deus nos abençoe neste novo ano, no ensino, no estudo, na oração e no testemunho. Amém."

 

Quero destacar a frase : " Mas a verdade é que nosso comportamento procede de nossas convicções", isto é do que nós cremos, de nossas crenças, de nossas doutrinas.

Jesus disse isso de forma lapidar quando, na parábola da árvore e seus frutos, em Mateus 12.33 a 37; em cujo verso 34 afirmou : " Raças de víboras! Como podeis vós falar coisas boas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca". 

Paulo ao discipular Timóteo, a quem preparava provavelmente para sucede-lo, como imaginam alguns estudiosos da Bíblia, usou de forma abundante a palavra "doutrina" e a expressão "sã doutrina", querendo com isso dizer ao jovem pastor que suas raízes estavam no ensino aprendido desde a avó Loide, a mãe Euníce, e o que ele havia aprendido com Paulo.

As nossas doutrinas são os princípios básicos da nossa fé, por isso a Declaração Doutrinaria da CBB em seus 19 artigos, apoiados em 145 grupos de textos bíblicos, com cerca de 700 citações, extrai dos referidos texto e declara quais são as nossas principais doutrinas, que forma a base da nossa fé cristã e distintivamente batista.

Dr. A B Langston, no Esboço de Teologia Sistemática, apresenta seus estudos com o titulo de doutrina: de Deus, do Homem, do Pecado, da Pessoa de Cristo da Salvação, do Espirito Santo, e das Última coisas.

 

A diferença entre o perdido e o salvo é que, o perdido não sabe para onde vai, porque não tem doutrina, o salvo, sabe para onde vai, porque tem doutrina, a da doutrina salvação por meio do sacrifício de Jesus Cristo na Cruz do Calvário, na qual ele crê, e a pecados foram perdoados que suas culpas foram justificadas e que vai para o céu, tudo isso é doutrina: igreja é doutrina, o batismo é doutrina, a salvação pela fé em Jesus Cristo é doutrina, o dizimo é doutrina, a ceia é doutrina e por ai a fora.

Se o homem tem doutrina bíblica, a sã doutrina da qual Paulo fala a Timóteo, e vive a doutrina na qual crê, e partir da qual, tomou a decisão de crer em Jesus Cristo como seu único salvador. Ele sabe que está edificado sobre a rocha, e não é movido pelos ventos de outros "evangelhos".

 

A Doutrina é irrelevante? Claro que não!

 

Quem afirma isso, não sabe o que é doutrina, ou não tem doutrina, ou pior do que isso, tem outra doutrina, e quer arrastar o interlocutor para a " Sua " doutrina.

Vale aqui a advertência de Paulo aos Gálatas 1.5 a 9, sintetizada no verso 8, " Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema".

 

História dos Batistas

 

Nossa História no Mundo

A história mundial dos Batista pode ser contada a partir de duas raízes principais:

" Das suas doutrinas;

" Do surgimento no cenário mundial com o nome Batista.

Considerando as Raízes Doutrinárias

Considerando as Raízes Doutrinárias, os Batistas saem diretamente das páginas do Novo Testamento: dos lábios e ensinos de Jesus e dos apóstolos e tem sua trajetória marcada pela oposição a toda corrupção da doutrina cristã claramente exposta no Novo Testamento.

Ao consultar a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira você verá que as nossas doutrinas saem, com clareza límpida, das Sagradas Escrituras.

A corrupção de algumas doutrinas e práticas do cristianismo começaram a surgir muito cedo em sua história, como pode ser constatado nos escritos dos apóstolos. Esta corrupção foi se ampliando após a "conversão" do Imperador Constantino ( 306 a 337) ao cristianismo, ocorrida a partir de 312 quando incorporou a cruz ao seu estandarte e passou a favorecer os cristãos.

 

Muitos destes resistentes rejeitavam as inovações doutrinárias e as praticas e por isso foram perseguidos, exilados e mortos.

Eles mantiveram acesas as doutrinas cristãs genuínas e possibilitaram, que através dos tempos, outros se levantassem na Idade Média como Cláudio de Turim, Pedro de Bruys e Henrique de Lausanne, Pedro Vado João Wycleffe, João Huss e muitos outros.

Com o surgimento da Reforma Protestante liderada por Martinho Lutero, e deflagrada em 31 de outubro de 1517 quando da publicação das suas famosas 95 teses, na porta do Castelo de Wittenberg, criou-se a oportunidade de que muitos grupos dissidentes intensificassem suas pregações, e entre eles os chamados Anabatistas que sustentavam muitas doutrinas que os batistas esposam e representavam o grupo mais ativo e poderoso daquele momento. O nome que lhes foi dado Anabatistas "significa os rebatizadores".

Finalmente, 1608 um grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa, liderados por John Smyth que era pregador e Thomas Helwys que era advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja de doutrina batista, como era o sonho dos dois lideres.

John Smyth batizou-se por imersão e em seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja organizada, tendo como espelho as doutrinas do Novo Testamento inclusive o batismo por imersão e mediante a profissão de fé em Jesus Cristo.

Com a morte de John Smyth logo depois, e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada se desfez e parte dos seus membros se uniram aos menonitas.

 

Nossa História no Brasil - A Convenção Batista Brasileira

 

Sua Origem

 

Em 1882, quando foi organizada a Primeira Igreja Batista, voltada para a evangelização do Brasil, já existiam duas outras igrejas batistas, organizadas por imigrantes norte-americanos, residentes na região de Santa Bárbara do D'Oeste e Americana, São Paulo.

Os casais de missionários batistas norte-americanos, recém chegados ao Brasil, Willian Buck Bagby e Anne Luther Bagby, os pioneiros; e Zacharias Clay Taylor, Kate Stevens Crawford Taylor, auxiliados pelo ex-padre Antônio Texeira de Albuquerque, batizado em Santa Bárbara D'Oeste; decidiram iniciar a sua missão na cidade de Salvador, Bahia, com 250.000 habitantes. Ali chegaram no dia 31 de agosto de 1882 e no dia 15 de outubro, organizaram a PIB do Brasil com 5 membros; os dois casais de missionárias e o ex-padre Antônio Teixeira.

Este foi o início

Nos primeiros vinte e cinco (25) anos de trabalho, Bagby e Taylor auxiliados por outros missionários e, por um número crescente de brasileiros, evangelistas e pastores, já tinham organizado 83 igrejas, com aproximadamente 4.200 membros.

 

Organização da Convenção

 

Segundo José dos Reis Pereira, Salomão Guinsburg foi a primeira pessoa a pensar na organização de uma Convenção Nacional dos Batistas Brasileiros.

Mas, somente em 1907, a idéia foi concretizada. A. B. Deter, Zacharias Taylor e Salomão Guinsburg concordaram em dar prosseguimento ao plano. Eles conseguiram a adesão de outros missionários e de líderes brasileiros, inclusive Francisco Fulgêncio Soren, que tinha, inicialmente, algumas reservas.

A comissão organizadora optou pela data de 22 de junho de 1907 para organizar a Convenção, na cidade de Salvador, quando transcorreriam os primeiros 25 anos do início do trabalho batista brasileiro, também começado na referida cidade.

No dia aprazado, no prédio do ALJUBE, onde funcionava a PIB de Salvador, em sessão solene, foi realizada a primeira Assembléia da Convenção Batista Brasileira, composta de 43 mensageiros enviados por Igrejas e organizações. A casa estava cheia. O clima era de festa, celebrando o que Deus fizera a partir daquele início tão pequeno!

Criada a Convenção, foi eleita sua primeira diretoria: Presidente - Francisco Fulgêncio Soren; 1º Vice-presidente - Joaquim Fernandes Lessa - 2º Vice-presidente - João Borges da Rocha; 1º Secretário - Teodoro Rodrigues Teixeira; 2º Secretário - Manuel I. Sampaio; Tesoureiro - Zacharias Taylor. A motivação básica da criação da Convenção foi missões e falava-se na evangelização de Portugal, do Chile e da África. Foram criadas além das duas Juntas Missionárias, Missões Nacionais e Missões Estrangeiras (hoje Missões Mundiais) outras juntas: para a Casa Publicadora Batista, para Escola Bíblica Dominical, para União de Mocidade Batista, para Educação e Seminário, e para a Administração do Seminário. Ao todo 7 Juntas.

As áreas de Missões, Educação Religiosa e Publicações, Educação Teológica e Educação, foram as que receberam maior atenção dos convencionais.